A expectativa era de uma sessão tensa, com muitas discussões e bem demorada na câmara de vereadores de Santa Cruz do Rio Pardo na noite desta segunda-feira (21), mas pelo contrário, foi tranquila e terminou bem mais cedo do que todos esperavam.
E foram vários os motivos para que os trabalhos fossem calmos, primeiro o vereador Luiz Carlos Novaes Marques, Psiu (PSDB) participou normalmente da sessão. O vereador tucano corria o risco de ser impedido de participar já que a liminar que ele tinha contra a suspensão imposta pela Comissão de Ética foi cassada.
Durante o dia algumas emissoras de rádio chegaram a cravar que Psiu seria impedido de participar da sessão, mas nenhuma notificação da justiça chegou ao legislativo até esse momento.
E fato mais importante que impediu uma sessão tumultuada foi que os três projetos mais polêmicos não foram votados. Já durante a tarde de segunda-feira o prefeito Otacílio Parras Assis (PSB) pediu a retirada do documento que deixaria a prefeitura sem a obrigação de ajudar as festas culturais do município, como rodeio, Rock Rio Pardo, Paixão de Cristo, Semana Zilo e Zalo e outras festas.
E durante a sessão após uma jogada estratégica do vereador Psiu, também foram retirados os projetos de aumento do IPTU e Taxa de Iluminação Pública.
O projeto do IPTU foi retirado após o vereador Psiu usar um recurso permitido pelo Regimento Interno do legislativo. O vereador apresentou o recurso alegando que o pedido de audiência pública pedido por ele não foi aceito.
“Eu fiz um pedido de audiência pública, um assunto como este de aumento de imposto tem ser discutido com a população, mas na Comissão de Finanças fui voto vencido já que os outros dois integrantes, Cleuza Enfermeira (PR) e Luizão da Onça (PSB) foram contrários. Então fui ver o que poderia ser feito, e encontrei o artigo 151 do Regimento Interno que me dá o direito de fazer um novo pedido que será agora encaminhado para a Comissão de Justiça e Redação” falou Psiu.
O vereador explicou qual foi a sua intenção “Agora a Comissão de Justiça e Redação irá criar um Projeto de Resolução que será lido no dia 5 de dezembro e votado no dia 19, e só depois é que então poderá ser votado o aumento do IPTU, sei que a nova comissão também vai negar meu pedido, mas com isso eu ganhei tempo para a população se conscientizar do que está acontecendo e quem sabe se mobilizar para impedir esse aumento absurdo, hoje infelizmente compareceu um pequeno número de pessoas, tomara que dia 19 a casa esteja lotada” comentou.
Questionado se sua “artimanha” não foi um tiro no pé, já que talvez dia 19 ele esteja suspenso, Psiu respondeu “Pode ter sido, eu não esperava essa decisão da justiça, apesar que já conversei com meu advogado e assim que formos notificados pela justiça já vamos recorrer, eu tenho certeza que vou cumprir meu mandato até o final, eu confio na justiça, agora se algo der errado eu fiz minha parte, repito ganhei tempo para a população se organizar e lutar contra esse aumento abusivo”.
O recurso apresentado por Psiu causou uma saia justa na câmara, isso porque pegou todos de surpresa, vereadores e assessores, fazendo com que o presidente Marsola pedisse suspensão da sessão por cinco minutos, e todos se trancaram na sala de reunião do legislativo.
A reunião foi tensa e durou quase 20 minutos, e não vendo saída, os vereadores tiveram que acatar o pedido de Psiu.
Com os trabalhos reiniciados foram aprovados projeto menos polêmicos, e quando chegou a vez da Taxa de Iluminação o vereador do PSDB voltou agir.
“Senhor presidente quero fazer um pedido, já que este projeto também vai cair no bolso da população eu peço que ele seja votado junto com o IPTU para que possa ser melhor estudo” pediu Psiu.
A sugestão foi aceita por 7 votos a 6, foram favoráveis a ideia o próprio Psiu, Murilo Sala e Leandro Mendonça do Solidariedade, Teco e Vanderlei Baiano do PSDB, Edvaldo do DEM e Zé Paula da Silva do PR, com isso projeto também deve ser votado no dia 19.
Queriam votar ontem o aumento da Taxa de Iluminação e perderam os vereadores Marsola (PTB), Cleuza Enfermeira, Milton de Caporanga e Marcos Cantor todos do PR, Luizão da Onça (PSB) e Souza Neto (DEM).