Não se trata de algo mirabolante, longe da nossa realidade! Muito pelo contrário!! É, na verdade, uma maneira diferente de se abordar algumas doenças ginecológicas e obstétricas, através da visualização por pequenas câmeras e pinças alongadas, proporcionando uma cirurgia segura, com melhor recuperação, menos dor pós operatório, menor taxa de infecção, menor perda sanguínea e melhor resultado estético. Dentro da especialidade ginecológica e obstétrica, são basicamente dois tipos de cirurgias: videolaparoscopia e videohisteroscopia.
A Videolaparoscopia nada mais é do que a realização da cirurgia ginecológica convencional através da via laparoscópica, na qual é visualizada a cavidade abdominal através de uma câmera especial introduzida pelo umbigo (normalmente) com um corte de 1 cm e outras pinças especiais introduzidas na região inferior do abdome por aberturas de 0,5 a 1cm.
“Insufla-se a cavidade abdominal com gás carbônico e, dessa forma, é possível a realização de procedimentos como laqueadura, remoção de cistos/tumores anexiais (ovarianos), miomectomia, histerectomia, endometriose, salpingectomia nos casos de gravidez ectópica, entre outros. Necessita-se de anestesia geral”, explica o médico ginecologista da Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo, Lucas Tosi.
A Videohisteroscopia, por sua vez, pode ser dividida em dois tipos de procedimento: ambulatorial/diagnóstica e cirúrgica. A ambulatorial, como o nome já diz, pode ser realizada em consultório, não havendo necessidade de anestesia ou mesmo o exame especular. “Com uma câmera bem fininha, entramos pela vagina, identificamos o colo do útero e, com muito cuidado, através dele atingimos a cavidade uterina. Assim, podemos identificar lesões intra útero, como pólipos, miomas, sinéquias, investigar infertilidade”. Também é possível realizar pequenos procedimentos, como biópsias dirigidas, remoção de DIU, polipectomia, entre outros.
A paciente entra e sai andando logo após o procedimento e não é necessário jejum. Já a cirúrgica, é reservada para procedimentos maiores. Essa necessita de internação, raquianestesia e, portanto, é realizada em centro cirúrgico. A idéia é a mesma, no entanto, a câmera é um pouco mais espessa (cerca de 4 mm), necessitando dilatação do colo e possibilita o diagnóstico e a remoção da lesão, de uma só vez. “Por conta da eficiência do método, é considerado tratamento “padrão ouro” no diagnóstico e tratamento das patologias endometriais”, destaca o médico.
Para as laparoscopias, as contra indicações são basicamente as mesmas da cirurgia convencional. A paciente deve estar controlada clinicamente (pressão, diabetes, etc…)e estável hemodinamicamente. No caso das histeroscopias, o sangramento excessivo pode atrapalhar a visualização. Se a paciente se encontra com infecção pélvica ou gestante, o procedimento não deverá ser realizado. A Santa Casa já dispõe de materiais necessários e equipe treinada para a realização de alguns procedimentos. Após adequação e uniformização das condutas e planejamento cirúrgico, a execução dos procedimentos deverá se tornar rotineiro. Por enquanto, as cirurgias são agendadas através de atendimento particular personalizado no consultório.