15/04/2025

Chocolate todo dia: dá pra ser feliz e saudável ao mesmo tempo?

 

 

Nutricionista da Hapvida dá dicas para comer sem culpa na Páscoa

 

Os dias que cercam a Páscoa são uma verdadeira tentação para os amantes de chocolate: por todo lado, gôndolas repletas de novidades chamam a atenção, dos ovos recheados às barras crocantes. E, como sempre nessa época, uma dúvida também reaparece entre os fãs do doce: será que posso comer chocolate todo dia e sem peso na consciência? A resposta da nutricionista Thays Klein Pegoraro (foto), da Hapvida, é quase uma música para os ouvidos: pode sim, mas, como em toda receita de equilíbrio, o segredo está na dose, no tipo e na forma de consumir.

"É possível incluir o chocolate na rotina sem culpa, desde que com moderação. A recomendação é consumir entre 15g e 30g por dia, o equivalente a dois ou três quadradinhos. O produto que apresenta a partir de 60% de cacau já é considerado muito bom, mas quanto maior a porcentagem de cacau, menor será o impacto do consumo no organismo. A melhor escolha é sempre o amargo, com mais de 70% de cacau, que tem menos açúcar e oferece mais benefícios à saúde", fecha questão a nutricionista.

Assim, além de aproveitar mais o sabor do chocolate, é possível tirar proveito de suas propriedades saudáveis, como os antioxidantes, que ajudam na circulação, reduzem a pressão arterial e até favorecem a memória.

Thays lembra ainda que o cacau tem ação vasodilatadora e ajuda a prevenir problemas cardiovasculares como infarto, AVC e aterosclerose.

Mas atenção: moderação é sempre a palavra-chave. O excesso pode causar distúrbios gastrointestinais, como diarreia, náusea e má digestão, especialmente em crianças, que são as maiores fãs do coelhinho.

Sem armadilhas

Com o preço do cacau em alta, porém, muitos ovos de Páscoa deixaram o chocolate em segundo plano. Hoje, o que mais se vê são ovos recheados de biscoito, creme, balas e o que mais couber dentro da casca. Só que essa mistura nem sempre agrada ao organismo.

"Esses produtos são ricos em açúcar, gordura hidrogenada e ingredientes ultraprocessados que oferecem calorias vazias, sem nutrientes importantes como fibras ou antioxidantes. Isso pode contribuir para inflamação, aumento do colesterol ruim e resistência à insulina", explica Thays.

O melhor caminho será sempre escolher por chocolates mais puros, com poucos ingredientes e, se possível, enriquecidos com castanhas ou frutas secas, que são fontes de gorduras boas e fibras.

Atenção ao rótulo!

Na dúvida sobre qual levar para casa? A resposta pode estar na parte da embalagem que quase ninguém olha: o rótulo. "É ali que ficam as informações cruciais sobre calorias, gorduras, proteínas, carboidratos e até a presença de alergênicos como glúten e leite", orienta Thays.

Outra dica importante é observar a lista de ingredientes, que segue uma ordem decrescente. "Se o açúcar aparece primeiro, já sabe: vai ser bem doce. O ideal é que o cacau esteja entre os primeiros ingredientes, o que indica um chocolate de maior qualidade. E se encontrar gordura hidrogenada, cuidado — é ela que faz o chocolate grudar no céu da boca e o colesterol subir. O consumo exagerado de gordura combinado com açúcar aumenta a produção de radicais livres e promove o acúmulo de gordura abdominal, algo especialmente relevante na menopausa", alerta a nutricionista.

Aliado do humor

E para completar a lista de boas razões para saborear com moderação: o chocolate também pode ser seu aliado emocional. Isso porque ele contém triptofano (precursor da serotonina), feniletilamina (ligada à sensação de prazer) e compostos como cafeína e teobromina, que ajudam na energia e no foco.

"Esses componentes ajudam a combater o estresse, equilibrar o humor e até aumentar a disposição. Não é à toa que tanta gente recorre ao chocolate em dias difíceis, o corpo reconhece esse efeito estimulante!", enfatiza a nutricionista.