Cirurgia robótica para câncer de próstata aumenta a chance de preservação da função sexual
A técnica também reduz sangramento e dor e acelera a recuperação do paciente, que retorna às suas atividades em menos tempo
Novembro chegou, e com ele, o Novembro Azul, campanha que alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata, a segunda maior causa de morte entre homens no Brasil. O movimento, que já é tradição mundial, busca desmistificar o exame de toque, fundamental para identificar anormalidades na próstata ainda em estágio inicial. E, também, avanços da medicina. A boa notícia é a cirurgia robótica para tratar esse tipo de tumor maligno aumenta as chances de preservação da função sexual e controle do xixi, duas grandes preocupações da maioria dos pacientes com a doença.
Mas, para tratar o câncer de próstata o mais cedo possível, os homens precisam anualmente fazer exames, incluindo o de toque retal. Segundo o urologista e especialista em cirurgia robótica urológica do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. José Roberto Colombo Júnior, o diagnóstico precoce é decisivo para a cura, pois impede a metástase – processo em que células cancerosas se espalham para os gânglios e ossos, complicando o tratamento. "Tumores de baixa agressividade e baixo volume, em certos casos, podem ser apenas monitorados, sem necessidade de intervenção imediata", explica.
Apesar dos esforços de conscientização, a resistência masculina ao exame de toque persiste. Para o Dr. Colombo, isso se deve a um estigma que precisa ser superado, pois o exame físico continua sendo essencial, especialmente onde o acesso à ressonância magnética, um método complementar mais detalhado, é limitado. "A ressonância auxilia na avaliação da próstata, mas ainda é mais comum em grandes centros, o que faz do exame de toque uma ferramenta insubstituível em muitas regiões", observa o médico.
Nos casos em que a cirurgia é indicada, a tecnologia robótica tem revolucionado a prática urológica. Introduzida no Brasil em 2008, a cirurgia robótica tornou-se o tratamento padrão no combate ao câncer de próstata. Além de reduzir sangramento e dor, o procedimento acelera a recuperação, permitindo que o paciente retome suas atividades em menos tempo. "Além disso, essa abordagem aumenta as chances de preservação da continência urinária e da função sexual, um ganho significativo em relação à cirurgia convencional", destaca dr. Colombo.
A inovação não se restringe ao câncer de próstata; a cirurgia robótica também traz benefícios no tratamento de câncer renal, câncer de bexiga e outras condições urológicas. Menos invasiva e mais precisa, o método garante menor tempo de internação e recuperação, além de possibilitar uma intervenção menos traumática. "Os pacientes se beneficiam de uma recuperação mais rápida e com menos complicações", reforça o urologista.
Para uma saúde em dia, incluindo a urológica, dr. Colombo ressalta a importância de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e a redução do estresse. Ele lembra que a detecção precoce de doenças depende da busca por acompanhamento médico regular, sobretudo a partir dos 40 anos, independentemente de sintomas aparentes. Para ele, o Novembro Azul é um chamado para que todos os homens adotem a prevenção como um gesto de cuidado consigo mesmos.