Crianças pretendiam dar bala envenenada para coleguinha em escola de Ourinhos
Dois alunos da EMEF Georgina Amaral dos Santos de Ourinhos, um de nove e outro de oito anos, planejaram no último dia 21 dar para uma coleguinha de classe uma bala envenenada, pelo simples fato dela ser pobre, segundo eles relataram para a direção.
Com exclusividade a jornalista Renata Tiburcio na tarde de ontem, (23/02), tomou conhecimento do fato e foi até a escola conversar com o diretor Lucas Pinheiro e a tia da aluna.
O diretor confirmou o fato, explicando que assim que a professora ficou sabendo do ocorrido, comunicou a direção que imediatamente foi até a sala de aula e conversou em caráter geral, a fim de saber quem teria tido a ideia.
“No momento em que chamei atenção dos alunos com a intenção de mostrar o mal que eles poderiam causar a coleguinha de classe, ficamos sabendo quem seriam os autores da ideia, tratando-se de uma aluna de nove anos e o aluno de oito anos. Os dois foram levados para a sala da diretoria onde foram questionados sobre dar a bala envenenada para a coleguinha, e ambos confessaram, explicando que a menina iria trazer o veneno e ele a bala, e que tinham a intenção de dar a bala a ela, pelo simples fato dela ser pobre e que sempre os insultava”, esclareceu o diretor.
Após a confissão dos alunos em detalhes, como dizendo que iriam comprar bala de banana, para não aparecer o veneno, as mães foram convocados e estiveram na escola.
“As mães ao lado de seus filhos ouviram eles contando sobre a ideia de dar a bala envenenada para a coleguinha de classe, neste momento a mãe do aluno o repreendeu e ele demostrou arrependimento, quando a aluna que informou que o veneno que iria usar estava na casa da avó, não esboçou nenhum sentimento, relatando tudo tranquilamente”, contou Lucas.
Diante disto os alunos foram suspensos por um dia de acordo com o regulamento interno da escola e estão suspensos das atividades extras realizadas no estabelecimento de ensino.
Renata conversou com a tia da aluna, e ela contou como ficou sabendo da história, disse ainda que desde que começou a estudar no CAIC, a sobrinha vem sendo excluída pelos outros alunos que a chamam de pobre.
“Eu vim buscar minha sobrinha na escola e percebi que ela não estava bem, fomos embora, em casa ela permaneceu em silêncio, mais do que o normal, pois ela não é de muita conversa. Mais eu e minha mãe fomos conversando com ela, e ela com muito medo falou apenas que dois coleguinhas de classe falaram que iriam matá-la, que iriam levar bala envenenada para dar a ela”, contou a tia.
Na manhã seguinte a aluna não quis ir à escola com medo e os familiares não foram até a escola para saber, esperando pelo contato da direção.
“Na quarta-feira ela aceitou voltar a escola e fui levá-la no portão, eu conversei com a professora dela que muito nervosa e sem jeito explicou o que havia acontecido, informando que a escola já havia tomado providências, mas até então não tinham feito o contato com a gente, só na tarde do mesmo dia o diretor me ligou solicitando minha presença na escola, mas por motivos particulares eu não fui”, esclareceu a tia.
[caption id="attachment_2988" align="alignnone" width="340"] A jornalista Renata Tiburcio quem descobriu a estarrecedora história em uma escola de Ourinhos[/caption]
Diante do relato da tia, Renata Tiburcio questionou o diretor sobre não ter comunicado a família da aluna no dia. Ele justificou dizendo que é o procedimento interno da escola, “No primeiro momento nós acionamos os responsáveis pelos alunos em questão e depois acionamos a outra a parte, pois no calor da situação poderia ocorrer algum atrito. Mas, demos todo o apoio a aluna, e como ela faltou no dia seguinte esperamos ela retornar para manter o contato com os responsáveis”, justificou o diretor.
Por fim, o diretor deixou bem claro que não foi encontrada nenhuma bala ou lanche com veneno, que apenas os alunos estavam planejando a ação.
Diante da revelação feita pela própria aluna que iria levar o veneno, para sua mãe dizendo que na sala estava um boato que iriam dar bala envenenada para outra aluna, foi possível a interceptação do fato.
E para o próximo dia 8/3 a direção fará uma reunião com os pais a fim de esclarecer os fatos e orientar os pais sobre o perigo de manter veneno em casa e também orientar seus filhos sobre respeitar as diferenças.
Quanto a aluna, a jornalista conversou com ela, e muito tímida disse que agora está tudo bem e que não quer mudar de sala e nem de escola.
A direção se comprometeu a encaminhar a aluna com o consentimento da família para uma psicóloga.